Fonte: EW
Tradução e adaptação: Equipe CHBR.
Thor pode ser o deus do trovão e do relâmpago, mas quando se trata de sua vida amorosa, as faíscas não estão exatamente voando. O super-herói de cabelos dourados interpretado por Chris Hemsworth cresceu bastante desde que pousou na Terra em sua estreia no MCU em 2011. Ele salvou o universo inúmeras vezes, ele cresceu mais confiante como guerreiro e líder, ele até reconstituiu seu relacionamento conturbado com seu irmão (embora ele ainda não tenha perdoado Loki pela coisa da cobra).
Mas em Thor: Amor e Trovão que chega aos cinemas brasileiros no dia 7 de julho, nosso herói hercúleo ainda está incerto, ansiando por encontrar seu propósito neste universo amplo e caótico. E quando um rosto familiar retorna, empunhando um martelo igualmente familiar, Thor se vê enfrentando uma ameaça ainda mais mortal que Hela ou Thanos: um romance.
Amor e Trovão é o quarto filme solo de Thor, e pode ser sua aventura mais ambiciosa até agora. O diretor Taika Waititi ajudou a revigorar o herói asgardiano com o delicioso Thor: Ragnarok de 2017, e quando ele começou a pensar em uma sequência, tudo o que sabia era que queria empurrar o personagem para um território ainda mais inesperado.
“O que eu não queria era apenas fazer Ragnarok novamente, porque isso já foi feito”, disse Waititi à EW. “Eu precisava fazer algo mais interessante para mim mesmo para manter a coisa toda acesa e ter certeza de que estou me sentindo criativamente estimulado. Eu pensei, qual é a coisa menos esperada com essa franquia?”.
A resposta acabou sendo amor. Amor e Trovão é constituido de parte da extravagância dos super-heróis e parte comédia romântica, reunindo Thor com sua ex-namorada astrofísica Jane Foster (Natalie Portman). Desde que os dois se separaram, Jane provou ser digna de carregar o Mjölnir e assumiu o manto da Poderosa Thor. Ela se tornou uma heroína por direito próprio, com os músculos e cabelos loiros esvoaçantes para provar isso. (O filme em si se inspira nos influentes quadrinhos Mighty Thor de Jason Aaron e Russell Dauterman, que primeiro apresentaram Jane como uma heroína empunhando o martelo).
Boa parte de Amor e Trovão se baseia na última aparição de Thor em Vingadores: Ultimato, que encontrou o príncipe Asgardiano lutando contra a culpa e a dúvida. Em última análise, ele e seus colegas Vingadores triunfaram em sua batalha contra Thanos, mas parte dessa incerteza ainda permanece.
“Ragnarok parecia uma festa”, explica Waititi. “Foi bastante festivo. Este ainda é divertido, e tem momentos de exagero, mas tematicamente, é sobre algo um pouco mais profundo do que o último filme. Não é um filme sério e não é um drama, mas nós lidamos com ideias com as quais eu acho que muitos humanos lidam – temas universais sobre amor, perda e nosso lugar no mundo. Todo mundo meio que faz essa pergunta no filme: Qual é o seu propósito? Qual é a razão pela qual você é um herói e o que você faz quando tem esses poderes?”.
“É meio como um filme de crise de meia-idade, na verdade”, acrescenta Waititi. “Essa é a pergunta que fazemos a todos: estamos fazendo a coisa certa e estamos fazendo tudo o que podemos no mundo? Acho que agora, enquanto o mundo ainda está se recuperando dessa pandemia, é uma boa pergunta a ser feita. Tipo, ‘bem, estamos fazendo o suficiente para cuidar uns dos outros e cuidar de nós mesmos’?”.
Enquanto Thor procura por auto-realização, Jane não é o único rosto familiar que ele encontra. O próprio Waititi está de volta como o monstro do rock Korg, enquanto a Valquíria de Tessa Thompson abraçou seu novo papel como Rei de Asgard, governando o pequeno reino que seu povo fundou depois que o reino original foi destruído. De certa forma, segundo Waititi, Valquíria está prosperando como rei, mas passar do campo de batalha para a burocracia exigiu alguns ajustes. “Ela tem que fazer todas as coisas que eles nunca falam quando normalmente você tem que governar um povo, que é lidar com toda a infraestrutura, descobrir a economia e receber a visita de políticos de outros países”, explica ele. “Então, ela está gastando muito tempo sem lutar, e todas as suas novas batalhas têm a ver com governar seu povo”.
Amor e Trovão também apresenta vários recém-chegados, embora o diretor seja mais discreto sobre seus papéis. Christian Bale está interpretando o nefasto Gorr, carniceiro dos deuses, e Waititi elogia o desempenho de Bale, chamando-o de “muito formidável”. “Pessoalmente, acho que ele é provavelmente um dos melhores vilões que a Marvel teve em seus filmes”, acrescenta Waititi. “Ele é muito versátil”.
Waititi é ainda mais reservado sobre o papel de Russell Crowe como o deus Zeus, mas provoca que Crowe desempenha o papel de “uma maneira que você nunca viu Russell antes”.
“Considero Russell um amigo e esqueço que tenho alguns amigos que são realmente incríveis no que fazem”, diz Waititi com uma risada. “Quando eu estava no set com Russell, eu estava tipo, ‘Oh merda, isso mesmo! Você é Russell Crowe! Você é um ator realmente incrível!'”.
Se Ragnarok foi uma ópera espacial inspirada nos anos 70, Amor e Trovão tem uma vibe de aventura mais dos anos 80. Visualmente, Waititi diz que algumas de suas maiores influências foram “posters de filmes de coisas como Conan ou Beastmaster e a arte extravagante que você vê em vans em Venice Beach”. Mas, em última análise, ele diz que seu principal objetivo era entregar uma sequência tão grande, ousada e hilária quanto Ragnarok – se não maior.
“Acho que a maior diferença seria que foi minha primeira vez jogando no poço de areia da Marvel em Ragnarok”, diz Waititi. “Neste aqui, senti que tenho um pouco mais de experiência e sabia como filmar com muito mais eficiência”. E ele sabe que, às vezes, um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar.